terça-feira, 30 de agosto de 2011

amor de criança


por um instante o mundo parava
e a condição de amante recente
continuava a instigar aquele sorriso
alimento de um prazer

diante do olhar apaixonado
a novidade simulava desejos secretos
guardados como frágeis princesas
num enorme castelo de areia

como num universo de magia
o tempo passava tão depressa                        
que cada esboço de alegria
era capaz de engolir uma hora

um copo d` água
um choro contido
uma tempestade

seria difícil, mas nem tanto
a mostra do carinho que sempre desejara
estaria ali menor do que sempre
maior do que nunca


T.O.

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

mentira

dormente
entre a mente e o corpo
a dor mente


T.O.

enfim, nasceu

Depois de um grande período de gestação, eis uma pequena tentativa de explicar o nome da criança:

As ideias vem e vão; e ficam. E viram cinzas.
Restos de pensamentos digeridos constantemente dentro de um espírito. 
Não são ruins por serem cinzas, são apenas a poeira daquilo que fora tragado 
nessa incessante brincadeira do pensar. Não são cinzas por serem ruins, pois mesmo que fiquem esquecidas por um tempo, conseguem ser transportadas e por vezes renascem.
Viram incenso: que se queima com o árduo esforço do corpo e mente. 
É então que a fumaça reaparece, sem forma ou odor definido, mas pronta para ser inalada.
Seu suporte, enfim: um cinzeiro incensário.



obs. inspirado no poema de Alice Ruiz:

cinzeiro incensário
o espírito é o corpo
pelo contrário