domingo, 30 de setembro de 2012

objeto sujeito


você nunca vai saber 
quanto custa uma saudade
o peso agudo no peito
de carregar uma cidade
pelo lado de dentro
como fazer de um verso 
um objeto sujeito
como passar do presente
para o pretérito perfeito
nunca saber direito

você nunca vai saber
o que vem depois de sábado
quem sabe um século
muito mais lindo e mais sábio
quem sabe apenas
mais um domingo

você nunca vai saber
e isso é sabedoria
nada que valha a pena
a passagem pra pasárgada
xanadu ou shangrilá
quem sabe a chave de um poema
e olha lá

P. Leminski

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Sobre a espera


e o tanto às vezes é pouco
e  o pouco já não mais basta
e tudo parece normal
mas a tristeza transforma.
e espera.
e como demora o sol quando se espera por ele


T.O.